quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Orgãnicos 2010: Um olho no selo outro na imprensa!

A Monsanto (indústria dos alimentos trangênicos) acirrou a guerra do agro-negócio contra os alimentos orgânicos e organizações de pequenos agricultores. Semana passada a poderosa indústria com apoio irrestrito dos grandes empresários da agricultura, barrou a divulgação e distribuição da cartilha divulgada pelo Ministério da Saúde em defesa dos alimentos orgânicos, divulgando o novo selo de identificação e os benefícios desses alimentos para a sustentabilidade e diversidade.Mais uma vez a ditadura do oligopólio cala o direito a informação.Falando em ditadura e censura, o que me chamou atenção e incentivou a publicação e divulgação desta cartilha no nosso blog foi o fato de na mesma semana (29/07) o Jornal O Globo publicar em seu caderno de saúde a perniciosa reportagem "Alimentos orgânicos não são mais saudáveis, diz estudo".
A primeira vista é possivel identificar o caráter tendencioso da reportagem que trata de uma pesquisa (AI, AI...) feita pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres que comparou a quantidade de vitaminas e nutrientes entre os orgânicos e trangênicos e constatou que os níveis de superação dos orgânicos em relação aos trangênicos é pequeno e pouco relevante em termos de saúde pública.A pesquisa ressalta ainda que as vendas dos orgânicos vêm caindo em alguns países como a Grã-Bretanha, devido a dimnuição do poder de compra do consumidor devido a crise (obviamente a pesquisa sequer cita as artimanhas das grandes industrias para que o preço dos orgânicos não consiga reduções significativas e a falta de incentivo dos governos devido a políticagem). A matéria publicada no jornal admitia que a pesquisa não levou em consideração o caráter de potencial cancerígeno dos trangênicos nas sementes de DNA alteradas (por indústrias como a Monsanto) ou do fator cancerígeno na utilização de agrotóxicos na produção pelas grandes empresas agriculturas e ignorou o fator de sustentabilidade e diversidade para o meio-ambiente, porém na matéria publicada no site do jornal não há qualquer menção aos fatores ignorados pela pesquisa (QUE SÃO EXATAMENTE AS PRINCIPAIS BANDEIRAS DEFENDIDAS PELOS MILITANTES DOS ORGÂNICOS!)
Farsinha total do jornal publicar uma reportagem de pouca confiabilidade que desde o título denigre a imagem dos orgânicos e desestimula o consumidor NA MESMA SEMANA em que a Monsanto barrou a distribuição das cartilhas do Ministério da Saúde.Farsinha revelada, estamos mais espertos e ainda assim não libertos da ditadura e censura oligopolista neo-liberal que oprime as diversas faces da informação.Abram os olhos com as posturas da Gloobo e seu jornalzinho falcatrua ano que vem, ano em que espera-se que a indústria dos trangênicos leve uma rasteira com a instituição do selo de identificação dos orgânicos de produção familiar. E aí cabe a nós consumidores bater o martelo desta história.
INFORMAR É PRECISO!
Segue link da reportagem farsante: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/07/29/alimentos-organicos-nao-sao-mais-saudaveis-diz-estudo-757020309.asp
E agora o principal! AJUDEM-NOS A DIVULGAR A CARTILHA NA CONTRAMÃO DAS INTENÇÕES DA INDÚSTRIA E DO AGRONEGÓCIO, PROVANDO QUE A RESISTÊNCIA E A TROCA DE INFORMAÇÕES OMITIDAS É POSSÍVEL!
A cartilha foi ilustrada pelo Cartunista Ziraldo e podemos encontrá-la no site: http://www.aba-agroecologia.org.br/aba2/images/pdf/cartilha_ziraldo.pdf .
Vamos fazer nossa parte e distribuir pela internet o maior número possível da mesma.

2 comentários:

  1. Galera, excelente a iniciativa de vcs ao produzirem tal matéria expressando o grau de criticidade da equipe !!!
    Agora, por favor considerem algumas obs.
    1) sobre a Monsanto, qualquer atividade da mesma não pode dispensar suas articulações com as ONGs ambientalistas e com determinados políticos que se enriquecem com a propaganda dos "orgânicos" em todo o mundo globalizado;
    2) Há um enorme dilema a ser resolvido em se tratando de alimentos orgânicos e o lucro advindo do modo de produção capitalista que não está nem um pouco interessado com a qualidade da vida no planeta, muito menos com alimentos que, em sua produção, racionalize o uso do solo. (racionalização na ótica da exploração só tem a ver com lucro, tá legal ?!)
    3) Quanto à confiabilidade do "selo" de qualidade do MS, há que se responder, quais os interesses dos Ministérios no Brasil ?! O Ministério da Saúde, p.ex. com a atual pandemia, está mais preocupado com a demanda por vacinas ou com a saúde das pessoas ?!
    4) No que diz respeito à divulgação de resultados de pesquisas, é necessário, sempre, a verificação dos interesses dos laboratórios interessados na divulgação dos mesmos, pois, em paralelo a uma pesquisa, há, sempre, uma outra divulgando dados contraditórios. (Isto vcs já haviam percebido, claro, rsss)
    5)quanto ao poder de compra citado por vcs, este não decai em função da crise do trabalho, pois esta crise é do sistema.

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  2. Creio seja importante ressaltar que ao citar militância e troca de informação obviamente não observo o prisma dos laboratórios de orgânicos ou dos interesses do Ministério da Saúde apenas os verdadeiros alienados desta gigantesca discussão, os consumidores, as donas de casa, nós jovens que estimulam e tecem a rede de mídias sociais, em meio a informação instantânea mascarada e a política que silencia.
    Se há uma discussão deste porte silenciada há décadas e neste momento de informação em tempos de globalização percebo a humanidade evoluindo e decrescendo em meio a possibilidade de se esconder em hipocrisia e um casulo por meio da exposição que a era digital possibilita ou evoluir com a percepção que a informação deva ser partilhada, por pessoas leigas na política e erudição, cientistas engajados em seus próprios interesses (sejam da industria biotecnológica ou orgânica) e as donas de casa e consumidores que podem bater o martelo dessa disputa em seu próprio universo dentro de seus costumes e sua economia moral. Sem dúvida o poder de compra do consumidor não decai em função da crise do trabalho e a crise do sistema é cíclica, cabe a nós e nossa margem de manobra promovermos os meios de divulgação e tentarmos desenterrar o quanto possível as artimanhas dos tentáculos do sistema em nossos pequenos círculos de interação e hierarquia social, sem medo de errar. Vamos ampliar essa discussão e sugiro que seja de forma a atentarmos a todas as faces dessa teia de interesses, seja do setor do agro-negócio, do setor terciário e a politicagem das Ong's, dos orgânicos ou do consumidor e a luta pela saúde, que vai indubitávelmente em torno de princípios que o Ministério da Saúde parece pouco conhecer.

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