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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A cidade enlouquece sonhos tortos.




Na verdade nada é o que parece ser


As pessoas enlouquecem calmamente


Viciosamente, sem prazer


Tá sozinha, tá sem onda, tá com medo


Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente


Consciente, inconsciente, desatino.




A maior expressão de angústia.




Vias para o desenvolvimento do bem estar material cultural e da liberdade.


A prática social individualizada foi enraízada na América Latina desde os primórdios.Apesar das milhares de teorias científicas formuladas para o contato luso-indígena e suas consequencias como o contágio microbiano, supressão da língua o fato é que foi o maior genocídio da história da humanidade onde a média de perda da população original foi em torno de 97%.


Já Simon Bolivar ( o libertador, rs) acreditava em uma democracia com liberdade no sentido que resguardasse os privilégios das oligarquias. A propaganda é divulgada até hoje : Democracia x Anarquia.


É doloroso pensar que a escravidão já foi legitimada como um fato social ou esta é uma fuga da nossa consciência cristã filantrópizada que prefere creditar a culpa da prática de dominação aos antepassados ignorantes e sem consciência social?


- escravidão
s. f.
1. Estado de escravo; cativeiro.
2. Fig. Servidão; sujeição; falta de liberdade.


Seria possível o povo como objeto e sujeito da sociedade?


Analisando as características da dependência ( protagonista do cenário de atraso, miséria e pobreza) autores como Oliveira Vianna e Alberto Torres descreveram a maldade humana e egoísmo como qualidades eternas dos homens e o Brasil tem os interesses orgânicos da sociedade ameaçados pelas aventuras financeiras e imprudência e anarquia social e política.Quanta ingenuidade obscurece a legitimação das forças sociais em vigor? Até quando taparemos o sol com a peneira?


anarquia
s. f.
1. Falta de chefe.
2. Fig. Desordem, confusão (motivada por falta de direcção!direção).
3. Polít. Sociedade constituída sem governo.


Diante dessa concepção exposta em que sociedade e política resultam fundamentalmente da economia, acredita-se que o espírito brasileiro é romântico e contemplativo ingênuo e de vagos idealismos, não possúimos opinião ou consciência.


Deixados os psicologismos de lado podemos observar que o desenvolvimento da conscientização deve acompanhar o desenvolvimento das forças reais.


As bolhas de crédito e organizações financeiras que extinguiram a jurisprudência econômica, arremataram o descrédito na recente democracia capitalista da América do Sul.


O conflito colonizadoxcolonizador já não é paradigma vital das teorias científicas, agora a luta não é entre classes, não há luta, o marasmo social diante do naufrágio do capitalismo, as classes cristalizadas protagonizando as crises das instituições, montam um cenário decadente de nossa sociedade ao passo que as desgraças ambientais e sociais compassam as "revoluções" que tanto bradávamos enquanto o sistema realmente imperava.


Geral num braço só.


As tentativas de pacificação das favelas que vem sendo propagandeadas como marco das novas empreitadas para o Rio 2016 já registram estatísticas de aumento da violência nos bairros vizinhos de 64%. Se vivemos em uma sociedade regida pelas leis objetivas do capital devemos observar a consequencia lógica do aumento da violência diante do desemprego de milhares de trabalhadores do tráfico.


Será que os 55 milhões de moradores de favelas até 2020, continuaram a ser cenário paisagem para as elites que se acreditam mola motriz da sociedade?


Enquanto a escravidão era legitimada a coisificação do homem não era um problema para as elites, agora a angústia é geral e ainda assim a consciência do "meu mingau primeiro" permanece.


Até quando?


Podemos algo fazer em nossas próprias bolhas para alterar esse quadro?


Acredito no exemplo prático e não em teorias demagogas, ao menos em cientificidade sem exemplo.


Exemplo é a chave.


Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar. É você olhar no espelho e se sentir um grandessíssimo idiota saber que é humano, ridículo, limitado que só usa dez por cento de sua cabeça animal.


Inicie o exemplo em sua família, em sua bolha e alcance o infinito se puder aprenda com a cosmologia. Faça pelo outro e faça por você, faça por exemplo. Faça acontecer.




*Filmasso do festival do Rio, superou todas as expectativas: Aconteceu em Woodstock, Ang Lee


O filme finaliza com uma bela frase: A perspectiva que limita. Acredite na sua realidade como algo grande sem colocar em perspectiva.


De qualquer forma, a eleição de um protagonista privilegiado faz muito bem ao filme. Por meio de Elliot, podemos nos identificar e nos colocar numa posição que, dado o gigantismo e a mítica de Woodstock, quatro décadas depois tende a perder sua real dimensão.O diretor consegue com a inestimável ajuda do diretor de fotografia Eric Gautier que possamos ver o centro do universo através deste filme.Muitos críticos consideram-no o melhor operador de câmera em atividade hoje no mundo.Vale a pena.


Quem sabe não sirva para elucidar um pouco tantos ignorantes que ainda crêem que a imensidão da força da contracultura é resumida ao Flower Power e desbundou assim como a Guerra Fria para os contos de fada.


A transformação da paisagem de White Lake após o festival representa a expansão da consciência e suas consequências.Foi uma delícia relembrar até onde pudemos chegar.


Eu acredito.


E você é gente que faz ou gente que fala?




VAMOS VER CHAMEI MINHA TRIBO




"VAMOS VER, chamei minha tribo e disse:


vamos ver, quem somos, que fazemos, que pensamos.


O mais pálido deles, de nós,


me respondeu com outros olhos,


com outra sem-razão com sua bandeira.


Esse era o pavilhão do inimigo.


Aquele homem talvez tivesse direito


a matar minha verdade, assim como aconteceu comigo e com meu pai,


e ainda assim acontece.


Mas sofri como se me mordesem."




Mais uma do "oráculo" Últimos poemas de Pablo Neruda.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Neruda morreu de tristeza?


"Esperemos
Há outros dias que não têm chegado ainda,
que estão fazendo-se
como o pão ou as cadeiras ou o produto
das farmácias ou das oficinas
- há fábricas de dias que virão -
existem artesãos da alma que levantam e pesam e preparam
certos dias amargos ou preciosos
que de repente chegam à porta
para premiar-noscom uma laranja
ou assassinar-nos de imediato."

"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade."

Para manter na saliva o gosto de sangue e chama, regar a orquídea selvagem plantada em nosso peito,para provocar oscilações de alta freqüência em nossa alma fantasmagórica.Para ressucitar-nos de nossos falecimentos diários diante de um horizonte tão largo quanto opaco e fétido, medíocre. Para acreditarmos em opções coletivas ainda que pertencendo a esse mesquinho formigueiro, para entendermos a America Latina além das possibilidades limitadas do Mercosul, para que possamos nos fortalecer, mas não percamos a ternura.
Para lembrarmos que alguns países da América Latina traçaram uma história de combate, de coletividade, e alguns pensadores olharam por seus índios.
Para revivermos poesia: Pablo Neruda.
-Para historicizar : "Machuca"
-Para aplaudir: "Rock and Roll" Tom Stoppad
-Para pertencer : Novos Bahianos / Tom Zé
-Para esquecer : Digitalism / The Doors
-Para manter acesa a esperança : Marina Silva
Copiando e colando.
*Gilberto Gil participará do RIP que será exibido no Festival do Rio e levantará questões sobre a pirataria e as mídias sociais. Dele : "O compartilhamento é a alma da criação"*