terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Perspectiva


*Reflexão...*

“Dissecando os gastos públicos no Brasil, um economista descobriu barbaridades no Orçamento da União deste ano.
Por exemplo:
Considerada a despesa geral da Câmara, cada deputado federal custa ao país, diariamente, R$ 3.700. Ou R$ 1,3 milhão por ano.
Entre os senadores, a loucura é ainda maior, pois o custo individual diário pula para R$ 71.900. E o anual, acreditem, para R$ 26 milhões.
Comparados a outras "rubricas", os números beiram o delírio. É o caso do que a mesma União despende com a saúde de cada brasileiro - apenas R$ 0,36 por dia.
E, com a educação, humilhantes R$ 0,20. “

Ricardo Boechat

* Minima(na)lisar para maximizar...*

A brisa que entra por esta fresta, é inebriada do cheiro de frutas frescas deste fevereiro azul furtivo, porta aberta aos instintos, prazeres e paixões.
Parafraseando Gullar:

“Fevereiro é nascido com a morte certa
com prevista duração

A carne de fevereiro
tem o sabor suicida
de coisa que está vivendo
vivendo mas já perdida”

O fim do mês “trem das cores” alerta a chegada do movimento do progresso, de abafar vícios e deleites e adentrar o casulo.
As luzes néons trazidas por esta brecha de devaneio extasiante na memória pululante das festas mais gostosas e pecaminosas, das intermináveis noites dançantes, fumaça, transas e cachoeira.
Contudo o brilho no olhar reflete tanta profundidade que rompe o egocentrismo, vaidade, arrepia por ser ilimitado, brilho da transparência recuperada das cinzas do materialismo alegre e contagiante, de olhos que agora fitam o Futuro do Pretérito com palpite de que para tornar-se Futuro do Presente depende apenas desse momento.
É chegado o momento de tornar ao casulo, evoluir a minimalista dança dos átomos, movimentar corpo e alma de dentro para fora, auxiliando sem apego a embalar o todo em danças mais profundas e assim alçar vôos mais potentes, com asas Escarlates Incandescentes e acender solidamente flores e luzes e poder voltar a vagabundear borboleteando pelo jardim do jeito que se gosta.


Imagem: Vladimir Kush